Zás! Entrou de rompante, sem licença!
Correu as mesas de nariz no ar,
Houve, na malta, uma alegria imensa
E uma senhora dona quase a desmaiar.
Os empregados dão-lhe caça,
Ele esquiva-se, esconde-se, ajudado
Pela malta. É um soberbo cão de raça,
Esbelto e bem tratado.
Fugiu à trela da dependência.
Por uns instantes (mais não terá!),
Escapa ao jogo da obediência,
Ao imperativo do aqui, já!
Depois dos caçadores haverem desistido,
Afagado e feliz,
Comeu um bolo, lento, estirado ao comprido,
E saiu quando quis.
(Com que emoção,
No circunspecto da minha idade,
Vivi, na fuga daquele cão,
A sensação de liberdade!)
António Manuel Couto Viana
(n. 1923)
As escadas não têm degraus, nº4
(Cotovia, 1991)
quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
segunda-feira, 29 de março de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010
Para gente do bem
Meus amigos \ as, decidi dar baixa do antigo Blog e iniciar a "Gente do bem", pois achei que sozinho não tem piada. Espero que comecem a contribuir com os vossos momentos e prazeres :)
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